Uma visão sobre a contradição da liquidação da CEITEC e a atual crise de chips

Recentemente, o TCU suspendeu o processo de desestatização da CEITEC (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada SA) e pediu explicações do governo em relação aos dados e às possíveis vantagens da liquidação do organismo, especialmente em um momento de excelentes oportunidades ao país.

Apesar disso, a votação para tal suspensão se deu por 4 votos contra 3, o que mostra que o assunto ainda está em meio a uma corda bamba e que, a qualquer momento, a decisão pode entrar em vigor.

E para abordarmos com um pouco mais de detalhes essa situação e seus impactos para o desenvolvimento de novas tecnologias em momento estratégico do país, preparamos este post com algumas visões, dados e informações úteis sobre o que se passa com a liquidação da CEITEC.

Boa leitura!

A desestatização da CEITEC

Hoje, a CEITEC é a única fabricante de chips da América Latina, responsável pela produção de semicondutores fundamentais para diversas áreas da indústria, sobretudo a automobilística. Estamos falando de circuitos integrados projetados e construídos a partir do silício, e não de montagem de módulos ou placas eletrônicas.Porém, o anúncio do governo em relação ao interesse em desestatizar o organismo até 2022 pegou muita gente de surpresa, e o motivo até o momento não foi devidamente esclarecido com detalhes por parte do Ministério da Economia.

Visto essa decisão precipitada, o TCU interviu e suspendeu o processo, pelo menos até que o Governo Federal se posicione e detalhe melhor os motivos e vantagens que poderiam ser agregadas nessa estratégia.

Quais os impactos isso traria ao mercado de semicondutores?

Atualmente, já há uma escassez global na demanda de chips e componentes eletrônicos por diferentes motivos, o que tem acarretado o atraso na fabricação de diversos produtos e, inclusive, na paralisação completa de algumas linhas de produção.

O próprio setor automotivo brasileiro sofre na pele com esse problema e várias montadoras precisaram interromper suas montagens devido à falta desses semicondutores no mercado.

Logo, a CEITEC, criada em 2008, surge como uma alternativa ao desenvolvimento da microeletrônica em território nacional e, a partir de novos investimentos, poderia suprir parte dessa demanda e oferecer soluções futuras sem a necessidade de importar insumos ou tecnologias de fora.

Porém, com a sua possível liquidação, o futuro de diversos projetos e ideias se torna incerto.

E por que este momento é o menos indicado para a liquidação da CEITEC? Não só pela falta de insumos eletrônicos, a liquidação da CEITEC põe em xeque uma série de projetos e oportunidades de desenvolvimento tecnológico no país, especialmente com a chegada da tecnologia 5G.

Afinal, a ausência de semicondutores serve de alerta para a importância e a necessidade de investimentos em políticas industriais que viabilizem a produção desses componentes em território brasileiro. Acima de tudo, a liquidação da CEITEC mostra como o país parece desconsiderar as oportunidades que esse momento proporciona para o desenvolvimento tecnológico nacional.

A TEX, por exemplo, está em processo de nacionalização de tecnologia MEMS e a tecnologia e infraestrutura alcançados pela CEITEC é fator crucial para a continuação do projeto e fabricação de circuitos integrados em silício no Brasil para obtermos processos 100% nacionais.

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E se quiser se aprofundar no assunto, acesse o site da CEITEC AS e as redes sociais no Facebook e Twitter.

(Imagem: divulgação)

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